sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ela era introvertida, sempre de cara fechada, dando a impressão de poucos amigos.
Ela não fazia amizades, mas adorava brigar com quem caçoava dela.
Apesar de ter nascido na cidade, comportava-se como se viesse do meio do mato.
Não, falava com ninguem que não conhecia, era arredia, e não gostava que mandassem nela.
Quando entrou para a escola, começou a perceber que para ser aceita deveria fazer parte de um grupo, e escolheu o seu. Meninas nada parecidas no jeito de ser, mas que eram toleraveis.
E assim foi, ano após ano, mudando de grupos sempre, e cada vez mais sentindo a falta de se encontrar em algum onde não enxergasse tantas diferenças. E sentindo a falta de amigos veradeiros.
E quanto mais via essas diferenças, mais gostava do seu ambiente familiar, onde sabia que era tratada como ela realmente era.
O tempo passou e ela se viu com seus 17 anos. Todo esse tempo, tantos grupos feitos e desfeitos, e ela ainda se sentindo sozinha.
Ela desistiu de procurar amigos. Ja tinha aceitado que em nenhum lugar seria aceita porque simplesmente não admitia a extrema futilidade das pessoas.
Tentou arrumar um namorado, mas se arrependeu, pois o infeliz só queria se aproveitar.
Tentou de novo, e se arrependeu de novo.
Ela tinha uma amiga. E melhor amiga de sua vida toda e ela não sabia.
Elas se viam sempre, ja tinham ido juntas à escola, se consideravam muito.
Mas também tinham diferenças. Enquanto uma se sentia presa à familia, a outra tinha muitos amigos e participava de um grupo diferente. E tinham religiões totalmente contrarias.
Nunca tinham pensado no que poderia acontecer.
Terminaram os namoros quase juntas. E decidiram sair pra se distrair.
E começaram a sair mais e mais, e descobriram que tinham muitas coisas em comum, e a cada dia aprendiam mais uma com a outra.
Ela tinha um irmão, que começou a sair junto, e logo eram o trio inseparável.
E fizeram amigos, muitos amigos. Pessoas diferentes, mas iguais na maneira de pensar e agir.
E bagunçaram. E riram. E choraram. E brigaram muito também. Se mantinham juntos em meio às dificuldades.
E alcançaram a liberdade.
Hoje ela se sente completa. As pessoas que ela sempre procurou estavam pertinho, e ela nunca tinha notado. Agora, ela só tem a agradecer.
Esse texto vai pra duas pessoinhas que eu amo de paixão, e que sempre vão estar no meu coração. Eles sabem que são eles.

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