quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mais uma historia de fugas.
Eu tinha 10 anos e cursava a 5ª série.
Um belo dia teriamos aula até a hora do recreio, então, meu pai me encheu de recomendações quando me deixou na escola , tipo "Vai direto pra casa!", "Vai direito!" e outras coisas. E eu concordando com tudo.
O que ele não sabia, é que no dia anterior ja tinha combinado com a turma de fazer um singelo piquenique. Na praça onde há a maior concentração de tranqueiras da cidade.
Bateu o sinal da hora esperada, e saímos felizes por ser um programa diferente na nossa vidinha pacata de criança.
Eu tinha uma amiga que na época era a minha melhor amiga na escola. Ela disse que não era uma boa idéia e que deveriamos ir embora. Eu devia tê-la ouvido. Mas não, eu era uma cabeçuda mesmo, e disse que ela poderia ir, que eu faria o "grande piquenique", e depois iria sem problemas.
Até aí, beleza.
Acontece que alguém teve a brilhante ideia de ir até o lago da cidade, que naquela época era muito longe, ja que éramos crianças. Outros dois concordaram. Eu estava entre esses dois. Era o maximo! Era como explorar a cidade!
O resto foi embora, e descemos nós três, nos sentindo...
Fizemos bagunça, descemos até a beirada do lado, pegamos peixinhos, quase caímos, mas como crianças têm anjos da gurda 24h, não aconteceu nada de ruim.
Resolvemos ir embora, e numa brincadeira idiota o garoto jogou o estojo da menina em cima de uma árvore. Numa tentiva frustrada de tira-o de lá, ela jogou o meu para tentar tirar. Ficaram os dois lá, presos. Depois de quase colocar a pobre árvore abaixo, conseguimos.
E seguimos adiante, na volta para casa. Passando pela mesmo praça onde estivemos, uma moça de um trailer me chamou, e disse que um senhor havia passado por lá, quase chorando, procurando pela filha, que pelas descrições, tinha as mesmas caracteristicas minhas.
Foi então que eu perguntei que horas eram. Era 12h e 40min. SÓ 2h e 40 min depois do horario que eu deveria ter ido pra casa. Eu quase infartei.
E subi desesperada procurando um telefone publico. Chucra como eu era, não sabia usar. E tampinha com era, não alcançava nem o teclado do telefone. Com a ajuda da menina que estava comigo, ela ligou, e enquanto eu esperava o atendimento, tentava inventar uma mentira sobre o horario. Não deu tempo de dizer nada. Minha mãe atendeu chorando e me xingando. E dizendo pra eu não sair do lugar que meu pai iria me buscar.
Chegando em casa, ela não sabia se chorava, se se aliviava por eu estar viva, ou se me espancava pelo que eu fiz. Ainda bem que ela não escolheu a ultima.

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