segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Casamento - Parte 1

Finalmente o post do casamento. Como ficou mais comprido do que eu pensava, vai ser em partes. Não está tudo na cronologia exata porque quase um ano depois fica meio difícil lembrar a ordem certa dos fatos. Divirtam-se (ou não).

Bom, tudo começou na festa de aniversário da cidade, em julho de 2014.

Nota: até aí eu já tinha me conformado que só ia sair casamento em 2015 ou Deus sabe quando, já que a gente tava correndo com a reforma da casa e com o orçamento bem apertado com a parcela da casa e a parcela do financiamento para a reforma. Enfim.

Estávamos conversando amenidades, quando Melengue disse "O que você acha da gente casar esse ano?" e eu fiquei meio "Q? BEBEU PINGA? COM QUE DINHEIRO? VENDENDO O CORPINHO?" e ele disse que dava certo porque a reforma tava terminando, e se a gente marcasse pra dezembro, daria tempo. Mas o problema não era tempo. Era o dinheiro. E ele disse "Relaxa que vai dar certo", e começamos a contar pro pessoal aos pouquinhos e planejar as coisas.

Então chegamos ao primeiro impasse logo de cara. Eu não queria festa, ele queria. Eu não queria gastar um dinheiro que eu não tinha e entrar em dívidas além das que eu já tinha. Mas as pessoas não estão nem aí se você vai se foder ou não. Elas querem festa pra beber e comer às suas custas. Outro problema era a lista de convidados. A minha família é enorme, então é claro que eu não ia chamar todo mundo. Ficou muita gente que eu gosto de fora. E eu deixei de chamar pessoas para chamar outras que nem foram. A mãe do Melengue queria chamar até parente de longe. E a rua inteira da casa dela. E amiga da prima que a gente nem tem amizade. É nessa hora que você realmente sabe se quer ou não casar com essa pessoa. Porque até o amor é posto à prova. Nós brigávamos todo dia, mas tanto, tanto, que por muito pouco a gente não terminou.

Eu admiro muito o otimismo do Melengue. Porque eu sempre espero o pior de tudo. Mas nesse caso, não tinha como esperar só o melhor. Nesse caso o otimismo dele me irritava. A cada "relaxa" dele eu tinha vontade de enfiar meu braço na boca até o cotovelo. A gente não tinha reserva nenhuma, tudo tava indo na casa e se tem uma coisa que eu tenho pavor, é fazer as coisas pela metade ou mal feitas e as pessoas ainda saírem falando mal.

Mas ele tava tão empolgado e eu vi que ele queria tanto isso que eu acabei cedendo e entrando no embalo e vamo fazer essa porra dar certo. E comecei a revirar sites de casamentos, anotar detalhes, tudo. Claro que a maioria dos sites falam sobre o tradicional festa glamurosa/buffet de comida infinita/brindes e lembrancinhas firulentos e o meu não ia ter nada disso. Mas sempre dá pra tirar alguma ideia legal.

Nós decidimos que seria à moda antiga. Nada de buffet/cerimonial/ostentação. Mas sim batatinhas e berinjelas curtidas, pão e churrasco, que é uma alternativa muito mais barata, que permite fazer uma quantidade maior para o povo se entupir de comer e não sair com fome. Outro pavor meu. Imagina gente saindo e combinando de ir no podrão da marginal? Luciana infarta. Eu fiquei responsável pela decoração, que obviamente, seria simples.

Como a família dele é bem religiosa (leia-se fanática), claro que eu teria que casar na igreja. E isso inclui custos de igreja (que são caros somados aos do cartório), curso de noivos, confissão e entrevista com o padre (!). Eu decidi que não ia decorar igreja, o que gerou um NUOOOOOSSSA MAS POR QUÊ? e eu disse que eu preferia o visual natural simples da igreja, que já era bonito, e que eu não ia gastar com isso. Alguém se ofereceu pra ajudar? NÃO.

Fomos atrás das alianças. Outra coisa que putaquemepariu que caro. Um pedacico de metal dourado por um preço absurdo. Então a gente foi adiando e fazendo outras coisas, tipo, definir de vez a lista de convidados. Depois de muita discussão, fechamos a lista (ou pelo menos foi o que eu achei). 120 pessoas. Rolou um estresse porque tinha o pessoal do escritório. Queriam que eu chamasse todo mundo pra festa também, mas era muita gente e não tinha como. Até porque muito mais do que isso não caberia no salão. Então, eu optei por chamar o pessoal apenas para a igreja e expliquei a situação, e o Melengue chamou apenas 3 amigos do trabalho. A CPFL cede o salão de festas para os funcionários de graça, então era uma coisa a menos pra se preocupar. Mandamos fazer os convites. Optamos por um modelo bem simples.

As lembrancinhas eu decidi que iria fazer. Me arrisquei, claro, porque tinha pouco tempo. Virei a internet procurando coisas fáceis e com baixo custo. Sempre achei fofos aqueles potinhos com amêndoas confeitadas, e resolvi que seria isso. A minha mãe me ajudou muito, ela correu atrás de muita coisa enquanto eu trabalhava, e se não fosse ela eu teria enlouquecido. Nós compramos caixinhas de madeira a R$ 1 cada, tinta branca e fitas vermelhas. Eu pesquisei as amêndoas na internet e achei em uma cidade aqui perto, por um preço bom. Não necessariamente baratíssimo, mas não dá pra ter tudo né, e o conjunto da obra ainda ficou mais barato do que mandar fazer. Elas ficaram assim:

Letrinha maravilhosa da mamai
Pra dar um charminho a mais, eu fiz um cartãozinho pra ficar dentro da caixinha, como uma "surpresinha", que ficou assim:

euquefiz.jpg


Os convites ficaram prontos, então começamos a entregar. Não teve convite diferente pra padrinhos. A gente já tinha definido quem seriam, então só perguntávamos se eles gostariam na hora da entrega mesmo.

Nota²: eu não me liguei em nada dessas coisas de etiquetas e tradições de casamentos. Foi tudo bem natural no meu ritmo, sem regras nem nada porque eu detesto a coisa toda feita de modo mecânico. Então eu fui fazendo do jeito que eu achei que deveria ser. Se tava errado ou não, o importante é que no final deu tudo certo (OLHA O SPOILER!).

Quando entregamos os convites na minha tia por parte de mãe, conversando sobre os detalhes, comentamos, entre outras coisas, sobre as alianças, que ainda não tínhamos comprado. Então ganhamos nosso primeiro presente de casamento. As alianças. Meu tio disse que daria de presente e que queria uma festinha de noivado.

Continua...

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